As novas tarifas do transporte coletivo campograndense entraram em vigor hoje, apesar dos protestos de órgãos como a OAB e de alguns poucos vereadores. Para pagamento normal, sem cartão, a tarifa passa a custar R$ 2,50; para pagamento com o cartão emitido pela Assetur, a nova tarifa sobe a R$ 2,30; para o horário entre 8 horas e 10:59 hs, será concedido desconto de R$ 0,10 aos usuários do cartão.
De acordo com o Jornal de Domingo, edição de hoje, “A planilha informa que as empresas concessionárias — cinco ao todo — transportam [em média] 6.885.317 passageiros por mês, entre os quais 1.975.037 não pagam nada pelo serviço. Esses usuários são os idosos, militares ou estudantes, entre outros favorecidos, como presidentes de associações de bairros”.
A seguir, transcrição de nota complementar do mesmo jornal supracitado:
Entidades criticam preço da tarifa
O anúncio de aumento da tarifa do transporte coletivo na véspera do carnaval foi abusiva, na opinião de Haroldo Borralho membro do Centro de Documentação e Apoio aos Movimentos Populares (Cedampo). Para ele, a decisão foi tomada apenas com conhecimento dos donos das empresas e do prefeito. Haroldo diz que o prefeito “despreza” os movimentos sociais organizados e agora chegou a hora desses movimentos ”partirem para o enfrentamento, mostrando para a população as ações antipopulares do prefeito”.
“Foi uma atitude unilateral, sem transparência, que atende única e exclusivamente aos interesses dos patrões, dos empresários, do transporte coletivo“, afirma Borralho. Ele diz que haverá resistência contra o aumento. Para Haroldo, “pegou muito mal para o prefeito essa atitude na véspera do feriado. Iremos ás ruas denunciar essa manobra pró-empresários do Nelsinho”.
Por outro lado a Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor / MS (ABCCON/MS) afirma que enquanto o trabalhador tem um insignificante reajuste de 7% no transporte coletivo bem como no restante da classe trabalhadora, os diretores das enpresas de ônibus da capital reajustam o seu pró-labore (salário) em 55% que vai de R$ 9.000.00 para 14.000.00 e tudo isso vai para o reajuste final da tarifa.
Opinião do blog:
A impressão que se tem é que as concessionárias de serviços públicos acabam se assenhorando completamento do setor, de modo que o Poder Público já não manda em nada, sendo prefeito, câmara municipal e agências reguladoras meros porta-vozes dessas organizações.
Por outro lado, parece estar faltando a essas empresas o “espírito capitalista”. Se querem aumentar os lucros das empresas e as retiradas da diretoria, porque não aumentam a eficiência? Aumentando a eficiência, naturalmente vai aumentar o número de usuários e consequentemente vão crescer (honestamente) os lucros e as retiradas.
Já tem gente propondo boicote às linhas de ônibus, mas esse boicote já está em andamento há muito tempo: vejam como aumentou o número de motociclistas, a maioria deles ex-passageiros de ônibus. E dependendo da distância, já está compensando, para um grupo de 4 pessoas, pegar um táxi, rápido e confortável, ao invés de sofrer no ponto e depois no ônibus. Enquanto isto, em Cuiabá (conforme Midiamax News), o passe de ônibus continua em R$ 2,05…